terça-feira, 31 de janeiro de 2017

E quando me sinto uma mãe assim-assim?

Ás vezes acho que me estou a safar no papel de mãe, outras vezes nem por isso. Na passada semana a Carolina esteve com tosse e muito entupida e consequentemente esteve mais irritada, a não conseguir dormir como costume e eu estive com dor de garganta, sem poder tomar nada que me curasse de verdade e por isso sem paciência. Andei a chás com mel, a tomar paracetamol, a comer rebuçadinhos de mel e com sono, muito sono! Se eu não dormir não funciono, se não durmo durante 3 dias então toda a minha paciência (que é mesmo muita) esgota-se!
A minha Carolina não teve culpa de estar doentinha (a culpa é do pai que esteve doente e pegou a toda a gente…), não tem culpa de querer mais mimo, mais mama, mais colo, mais mama, já disse mais mama? Não me senti a melhor mãe do mundo por não ter paciência quando ela acordava mais uma vez durante a noite e não me senti a melhor mãe do mundo por me deixar levar pelas emoções. Em vez de raciocinar que a minha filha só precisa de mim e que não está a fazer de propósito para me estragar a noite de sono, perdi a paciência, falei com desespero e desejei que ela se calasse só para eu poder dormir. Acho que faz parte de ser mãe ter dias bons e dias maus certo?

Como é que me posso chatear com uma coisinha tão fofa?!


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Há 10 anos atrás

Fez ontem 10 anos que eu e o Senhor meu marido começámos a namorar, uma data importante que continuamos a comemorar. Há 10 anos atrás nunca imaginei que estaria neste ponto da minha vida, tal como não imagino como estarei daqui a mais 10 anos. Tenho sonhos como toda a gente, mas gosto de viver um dia de cada vez e não me preocupar já com o que vem daqui a 10 anos. Há 10 anos atrás éramos praticamente duas crianças, tanto tempo livre que tínhamos, tanto passeio que demos, o motivo da discórdia era não ter mais destinos para passear (leia-se destinos que o nosso passe permitisse que o dinheiro não era muito!). 10 anos passados e continuamos felizes, juntos, cada vez mais parvinhos porque com a idade a parvoíce fica mais requintada. Temos histórias que já nos deram tanta dor de cabeça, mas quando contamos às outras pessoas acrescentamos sempre um toque de humor e acaba tudo a rir. Quantas vezes já dissemos: temos que escrever um livro intitulado de “A vida cómico-trágica de Sónia e Francisco”. 

Estamos agora mais felizes e mais completos com a nossa Carolina. Como ontem foi dia de festa fomos, pela primeira vez em 4 meses, jantar fora, só os dois e soube tãoooo bem. Já me tinham falado sobre a importância destes momentos a dois, mas a maternidade/paternidade tem ocupado tanto o nosso tempo que andámos a adiar inconscientemente este momento. Deixámos a Carolina com a minha mãe e lá fomos os dois comer bem, rir, conversar e andar de mãos dadas, não chegou a duas horas fora, mas foi muito bom!

Oh tanta felicidade :')
Nós mega catitas no dia do casamento (trabalho fotográfico 5 estrelas de Fernando Colaço, podem saber mais aqui)


Na sessão de grávidos (eu arrastei-o para isto mas depois ele gostou)
Mais uma da sessão de grávidos, muitos beijinhos na Carolina (fizemos a sessão com a Célia Lopes que é uma querida e muito profissional, podem ver mais sobre o trabalho dela aqui)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Realidades da maternidade #5 - Viver no Far West

Ser mãe ocupa tanto tempo que a minha casa se tornou muito parecida com um deserto, em que o pó faz as vezes daqueles tufos tão conhecidos das imagens do Far West (ver imagem ilustrativa). Eu bem tento, mas se passo uma semana sem aspirar lá vêm aqueles tufos de pó e eu sempre que passo por eles faço a banda sonora adequada claro! Quando é que o tempo vai aumentar e eu vou tornar-me uma doméstica como deve ser? Já para não falar do tamanho do cesto da roupa...

É a isto que me refiro, mas agora imaginem pó e não tão grande claro!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Nova surpresa na amamentação

Ao fim de 4 meses a amamentar em exclusivo eis que surge uma nova surpresa! Agora que eu achava que já estava tudo ok e que já não tinha que me chatear mais com isto… Tudo começou há uma semana atrás quando fui com a Carolina à consulta dos 4 meses, pesaram-na e desde a última pesagem engordou 10,5g por dia e devia ter engordado 12g (desculpem qualquer coisinha que eu diga a seguir, mas isto para mim é um autêntico preciosismo). A verdade é que nos dias que antecederam a consulta a Carolina andou um bocadinho mais irritada, mesmo depois de mamar, e eu associei ao facto de ela andar há dois dias sem fazer o seu cocó. Também pensei em fome e, após um dia com muito choro, descongelei leite que tinha tirado e dei-lhe, ela bebeu aquilo num ápice e dormiu descansadinha toda a noite (leia-se até às 6h). No dia seguinte andou mais calma e eu pensei que não fazer cocó, mais o rescaldo da viagem a devem ter deixado inquieta, mas agora que já estávamos em casa ía tudo entrar nos eixos. Só que não! A Enfermeira ficou preocupada com esta (para mim pequena) discrepância no peso e fez-me acreditar que eu não estou a produzir leite em quantidade suficiente. É possível, mas acho estranho a Carolina não se queixar mais com fome, não era suposto? Enfim aceitei não ter leite suficiente e comecei a tomar o Promil, a beber mais água (isto custa-me muito) e a amamentar mais vezes. A verdade é que o Promil é um espetáculo, bastou uma toma e notei logo diferença, pareciam as mamas do principio da amamentação (após regularizar da descida do leite claro!). Ontem nova pesagem e aumentou 90g numa semana, o que parece já preencher o requisito dos 12g por dia embora ainda achem pouco. A receita mantém-se até à próxima semana!

Falei desta “preocupação” com a Pediatra que nos disse que o importante é que ela não desça o percentil, que se mantenha bem disposta e mostrou-se mais apreensiva pelos intervalos entre os cocós da Carolina. De há dois dias para cá a miúda parece que se voltou a lembrar como se faz sozinha! O que tiro disto? Que uma mãe, para além de tudo o mais, também tem que saber selecionar a informação que quer ouvir/seguir dos profissionais de saúde porque não são coerentes entre si. Uns dizem uma coisa, outros outra… Para mim o importante é que a minha filha se desenvolva de forma saudável. Não estou nada preocupada, embora a Enfermeira tenha reforçado que o facto de eu estar preocupada inibisse a produção de leite, sei que estava só a fazer o seu trabalho, mas volto a dizer não estou nada preocupada! Estou muito feliz por estar há 4 meses a amamentar em exclusivo, nunca estabeleci limites e se a Carolina, por alguma razão, se mantiver sem aumentar o peso como o esperado (não me lixem com a diferença de 1g) eu introduzirei mais qualquer coisa para que fique satisfeita embora eu ficasse mesmo muito orgulhosa se fosse só aos 6 meses. Sem stresses, sem preocupações e feliz por poder amamentar enquanto poder!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Primeira viagem de carro

No dia de Natal fizemos a primeira viagem de carro com a nossa miúda. Passámos uma semana na Santa Terrinha e demos imensos passeios. A viagem são três horas e pouco e estava com receio de que fosse dificil, mas a verdade é que a viagem de ida foi super tranquila (excepto a saída de casa que como sempre é um caos), foi quase todo o caminho a dormir, fizemos duas paragens e não era nada com ela. Aproveitamos a semana para visitar a família, que ainda não conhecia pessoalmente a Carolina, e para passear. Tirámos muitas fotografias e houve direito a muitas primeiras experiências, como ir à neve! Agasalhamos a Carolina e lá fomos nós, ela não estranhou nada, de tanto passeio dentro do sling acabou por adormecer e viu a neve para dentro. 

Nós na Serra da Estrela

Foto de familia no Piodão
Em Belmonte
Dentro do sling no Piodão a dormir como costume

Já a viagem de regresso tem muito que se lhe diga! Acho que nunca tinha parado em tantas estações de serviço. A viagem foi de estação em estação! Aconteceu de tudo um pouco… Levávamos o carro cheio até ao cimo e ia tudo muito bem empacotadinho, quando paramos para almoçar reparámos numa linda poça que se veio a revelar ser leite, um pacote que trazíamos rebentou! Ahh que lindo espetáculo, toca de tirar tudo de dentro do saco onde vinha o pacote, limpar e voltar a arrumar, uma senhora vendo tão bonito espetáculo até nos doou um pacote de lenços (via-se no seu olhar a pena). Voltámos à viagem e a Carolina começa a chorar (hora de mamar), alimento a rapariga, mudamos a fralda à MacGuiver dentro do carro em cima do meu colo e vamos a caminho. Mal entramos de novo na estrada a Carolina começa de novo a chorar, um choro que foi crescendo exponencialmente até ao ponto em que já era um grito! Tentámos tudo: cantar, brincar, acalmar, mas nada resultou e assim decidimos que iríamos parar na próxima estação de serviço. Assim foi, tirámos o ovo para fora e a rapariga acalmou, pausa para café e como estava sem chorar decidimos voltar à viagem.  De novo na estrada e… novo momento de choro! Voltamos a tentar tudo e eis que uma ideia brilhante surge: vamos ligar a lanterna do telemóvel! Calou-se, afinal não queria ir às escuras (começámos a viagem de dia, mas agora o sol põe-se tão cedo, acho tão deprimente) porque devia pensar que ia sozinha, não sei, é a única explicação que encontro… Dormitou, acordou, choramingou, mas lá conseguimos chegar a Lisboa e pumba uma caixa com chocolates que vinha no meu colo, que eu me tinha esquecido que lá estava, cai no chão, que doce final de viagem!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Realidades da maternidade #4 - A complexidade de sair de casa

Sair de casa deixou de ser só sair de casa, agora é todo um processo! Agora já estou uma profissional e nos dias bons até já é um processo célere. A primeira etapa é arranjar tempo para eu me arranjar, chego ao ponto de acordar cedo, quando o Francisco se levanta, para poder tomar banho sem que a jeitosa proteste. Nos dias em que não acordo mais cedo é um verdadeiro filme (nem em todos os dias, mas muitas vezes vá)! Tento adormece-la, se resultar fica no berço, se não resultar meto-a no ovo e deixo-a à porta da casa de banho. Se começa a chorar tenho que me vestir em segundos, muitas vezes visto-me por partes, ora ponho a chucha, ora esfrego creme, volto  pôr a chucha e calço as meias, abano o ovo mais um bocadinho e é a vez das calças, é muito divertido! Acho que toda a gente devia experimentar este método inovador. Chega o momento de arranjar a Carolina, ela gosta de estar despida, já vestir não acha tanta graça, tem que ser tudo muito rápido. Terceira etapa arrumar a mala da Carolina, habitualmente já tenho a maioria das coisas lá dentro, é só acrescentar fraldas e uma ou outra coisa que possa fazer falta. Quarta etapa a saída de casa em si, agarrar na mala dela, pôr a minha mala ao ombro, segurar o ovo, procurar a chave do carro (por mais que tente tenho sempre que a procurar), encontrar a chave de casa, pousar o ovo para procurar como deve ser, agarrar o ovo novamente, sair de casa, entrar no elevador, pousar tudo no chão da garagem, encaixar o ovo e ir! 


P.S.: Ahhh quando levo os sacos do ginásio (meu e do marido) é tão, mas tão mais divertido…